(Proposto ao Passatempo DN – Histórias Cem Palavras – Marcado Por Um Livro)

COINCIDÊNCIAS

Leonor passeia pelo campo a mais recente desilusão amorosa. Senta-se, triste, desconsolada, na velha pedra, sua confidente desde a meninice, junto ao riacho que passa pela propriedade dos avós.

Nisto, vê um sapo. E entre a ironia e a mágoa exclama: “- Olha, chegou o meu príncipe encantado!…”

“- Claro que chegou, palerma!” – diz-lhe o sapo. “- Estás à espera de quê para me dares um beijo?”

Pasma de susto e aflição, Leonor levanta-se, de sopetão, deixando cair, de aresta viva, sobre o pobre príncipe o “Não Há Coincidências”, de Margarida Rebelo Pinto, amputando-lhe cerce a perna esquerda traseira.