– Foto obtida em “O Fado Do Público” – “O Amigo Paredes”
– série de cd editada pelo jornal O Público.
Agora morreu-nos o Carlos Paredes. Uma perda mais para as nossas almas aflitas.
Em tristeza, corri a ouvi-lo, não fosse a morte levar para longe de nós toda aquela alma que deixa na sua música.
E a tristeza fez-se alegria. Fez-se voo desarvorado pelos céus, cheio da terra e do Sol e da vida.
Ouvir-lhe – outra vez, de tantas – a respiração profunda entre cada nota dedilhada, comoveu-me de uma forma que as palavras mal descrevem. Respiração a dele ou da guitarra que abraça e, tangendo-a, a faz ganhar viver próprio, através dele.
Também tem lágrimas o que Carlos Paredes nos canta. Mas tem ímpetos, vibrações, estímulos. Há um empolgamento que nos impele a agir. Há raiva e renascimento e amor.
Há a luz das estrelas numa sofreguidão de mar.
Podia lá ter morrido o Carlos Paredes! Nem pensar!…