Como em tantas outras coisas não sou, felizmente, perito em fiscalidade. Por vezes duvido, até, da minha capacidade para o chamado “sentido comum”…

Vem isto a propósito do facto de uma cidadã que me é muito chegada, me ter mostrado, entre o abismado e o estado de pânico, a recente actualização da sua contribuição autárquica, coisa que a traz sem dormir há uma semana.

Viúva, sobrevivendo com uma pensão menos má para a mediania da terra, é proprietária de um andar com mais de 40 anos, onde habita. A sua contribuição autárquica, do ano passado para este, triplicou!

Actualização da avaliação da propriedade? E quem a fez? Aqueles mesmos que vão cobrar a contribuição? Ah, mas isto é tudo muito interessante, muito conveniente e atrozmente democrático…

E o que terão considerado para actualizar a avaliação? As ervas, qual matagal semi-intransponível, que pejam a calçada em redor do prédio, criando uma nova zona verde? O jardim fronteiro – e que é um espaço público – que os moradores do mesmo prédio tratam a expensas próprias e exclusivas sem que qualquer força autárquica lá tenha alguma vez metido o bedelho, nem para limpar a caca dos cães? Os buracos na calçada, alguns tão antigos quanto o prédio?…

Ainda bem que eu não percebo nada de fiscalidade!…