CONVITE – Bruno Lopes nas Noites com Poemas
com um novo olhar sobre a Inquisição

 
 
 No próximo dia 21 de Fevereiro (sexta-feira), pelas 21h30, como
sempre na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana,
contaremos, nesta nossa 94ª sessão, com a presença do historiador e investigador Bruno Lopes que
nos falará sobre um tema cuja poética se nos deparará aparentemente
estranha, mas que não deixa de constituir, entretanto, um interessante
desafio para quem dela pretenda fazer tal abordagem (e aqui ocorre-me
António Serrão de Crasto e Os Ratos da Inquisição…): Um novo olhar sobre a Inquisição, eis o tema proposto. 
 
Tema já desenvolvido em obra escrita pelo nosso convidado, que nos refere: Os
estudos históricos sobre o tribunal da Inquisição têm longa tradição em
Portugal. Desde o século XIX que este objecto de estudo tem despertado
interesse. No entanto, a forma de olhar para o Santo Ofício tem-se
centrado, sobretudo, na repressão das minorias religiosas e no controlo
comportamental. Contudo, aquele tribunal teve outras facetas que
marcaram profundamente a sociedade portuguesa. Daí, nos últimos anos ter
passado a tema das agendas historiográficas nacionais e internacionais.
 
Desta instituição, que tanto lastro terá deixado no ser e estar
da sociedade portuguesa enquanto teve existência oficial, mas cuja
influência se projectará até aos dias de hoje, em mecanismos de que
todos somos feitos – ainda que talvez uns mais do que outros… -, muito
haverá a apurar e a conhecer, porventura para melhor nos conhecermos a
nós próprios.  
 
E mais se dirá nesta sessão onde, também como sempre, contaremos com a vossa presença.

Manuel Dias Duarte, António Monteiro e os pré-socráticos
nas noites com poemas

Se a loucura é a raíz da filosofia ou, melhor dizendo, recorrendo ao Marquês de Maricá, a razão dos filósofos é muitas vezes tão extravagante como a imaginação dos poetas,  partimos para esta viagem no tempo e no saber, pelas mãos desses «loucos» do amor ao conhecimento que, com o auxílio agora de Virgílio Ferreira, não buscam um meio de descobrir a verdade, mas que a utilizam, como a arte, como um processo de a «criar».
E estávamos bem providos, na sala, com o nosso convidado, o professor Manuel Dias Duarte, o autor da obra em lançamento nesta sessão: Vidas, Doutrinas e Sentenças de Pré-Socráticos Ilustres (com edição da Fonte da Palavra), apresentados ambos, o autor e a obra, com empenho e brilhantismo, pelo professor António Monteiro.

Dadas as boasvindas a quantos ilustres resistentes arrostaram – e não foram poucos – contra uma noite de intempéries e de «avisos laranja», com o objectivo liminar de partilharem a arte do encontro em redor da mesa dos saberes…

 … passámos, de imediato à apresentação dos nossos convidados. 

O livro, cuja autoria, num exercício de partilha e de homenagem, 
Manuel Dias Duarte torna extensiva a Diógenes Laércio

Disponíveis nesta sessão dois romances, também, da autoria de Manuel Dias Duarte: O Professor Simão Botelho e Barco Encalhado na Areia

 – o professor Manuel Dias Duarte
– o professor António Monteiro

António Monteiro proporcionou-nos uma viagem pela Filosofia e pelos seus cultores – se aqui o termo é de aplicação pacífica – estabelecendo as pontes com o presente que se consubstanciam na obra apresentada por Manuel Dias Duarte, em dissertação de fácil entendimento, ainda que sem recurso a facilidades, assumindo, também, essa objectividade subjectiva que, necessariamente, enforma cada um de nós, em cada momento, temporal e circunstancialmente considerado.

Logo mais, a palavra ao autor, que com bonomia assertiva, discorreu sobre os comos e os porquês da obra feita, estabelecendo um curioso paralelismo entre o período de transição de um modo de sociabilidade para outro, conforme o viveram os pré-socráticos objectos do seu estudo, e os nossos dias….

… mas que também nos brindou com a leitura de poemas de Parménides (Sobre a Natureza das Coisas) e de fragmentos de autores vários referidos  na obra.
Estes, conforme se respiga da contracapa destas Vidas, Doutrinas e Sentenças de Pré-Socráticos Ilustres, terão sido «não só os críticos mais consequentes da anterior formação económica e social como os ideólogos de uma outra concepção do mundo e da vida. Deles se pode dizer que não se limitaram a interpretar, antes quiseram e conseguiram revolucionar e legitimar as novas relações sociais de prodção e de reprodução. Nisto consistiu o ‘milagre grego’.»
E, por fim mas não menos relevante, diz-se: «Numa época de éticas sem moral alguma e de comportamentos e hábitos sem qualquer eticidade, a releitura dos seus textos pode sem dúvida contribuir para repensarmos os arquétipos da cultura europeia
Pessoalmente, nada mais me resta do que subscrever tal recomendação, com sublinhados.

De seguida, a «segunda parte» da sessão onde, como sempre, tentamos traduzir em forma de poema o que o convidado e o tema trazidos nos suscitaram.

Contámos com o empenho interessado de muitos e bons amigos, como sempre. Permitam-me, entretanto, que acrescente aos adjectivos merecidos o espírito de scrifício e solidariedade que nos chega dos participantes que se deslocaram propositadamente de Coruche, em noite de tal quilate, para nos honrarem com o seu companheirismo, que tantas vezes enriquece ainda mais as nossas sessões… Grupo este cuja actividade, por terras de Coruche e com Ana Freitas como timoneira, está em vias de cumprir o seu segundo aniversário, já em Fevereiro próximo. 
– Ana Maria Patacho

– Carlos Pedro

– Alzira Carrilho

– Francisco José Lampreia

– Ana Freitas

– Ana Neves

– Eduardo Martins
– João Baptista Coelho

– Idália Silva
A homenagem e o agradecimento ao nosso convidado por nos ter proporcionado mais uma excelente sessão, a 93ª das Noites com Poemas .
E uma bela surpresa para o encerramento:

– Síbila Aguiar

E, como sempre, o convívio final, com a imprescindível sessão de autógrafos, oportunidade única e, por contraditório que pareça, sempre reiterada de estabelecer novos contactos, promover novos desafios, estabelecer novos conhecimentos ou restabelecer antigos. 

– Fotografias de Lourdes Calmeiro

convite – noites com poemas
com Manuel Dias Duarte

No
próximo dia 17 de Janeiro (sexta-feira), pelas 21h30, convido-vos a
participarem na nossa 93ª sessão das Noites com Poemas, que contará como
convidado com Manuel Dias Duarte, que nos trará o seu mais recente livro:
Vidas, doutrinas e sentenças de pré-socráticos ilustres“,
cuja apresentação estará a cargo do professor António Monteiro
A obra incide naqueles, como Xenófanes e Parménides – autores de
longos poemas de que restam fragmentos -, que viveram num período de transição de um modo de sociabilização para outro
e que não se limitaram a interpretar,
antes quiseram e conseguiram revolucionar e legitimar as novas relações sociais
de produção e de reprodução. Nisto consistiu o «milagre grego…
», (extracto
da contracapa da obra citada).
Manuel Dias Duarte,
professor de Filosofia e orientador de estágio em formação de
professores, tem um extenso currículo enquanto docente; foi, ainda,
co-autor de manuais escolares para os 10º, 11º e 12º anos; colaborou em
jornais e revistas, desde os antigos República e Diário de Lisboa… e por aí fora. Autor, também, de já extensa obra de ficção, desde 1999, bem como de Filosofia…
Enfim,
creio bem ser esta uma excelente oportunidade para conhecermos um homem
de saberes e a sua obra ou, para quem já o conheça, uma não menos
excelente oportunidade para retomar um contacto sempre enriquecedor.
Lá estaremos, à vossa espera, em caminhos que sempre conduzirão a Poesia.

com votos de boas festas
e alento novo para encarar 2014,
também o Natal é o que um poema trouxer…

Que seja, então este o meu melhor voto a quantos fazem o favor de me visitar: que tenham artes de reinventar o presente, alento e ânimo para encarar o futuro, sacudindo as funestas grilhetas dos medos e da inacção. O futuro vem aí, quer queiramos, quer não… Melhor, então, encará-lo de frente, mostrando que somos gente e, ainda mais do que isso, todos juntos somos nação.
 Por aqui e junto de tantos afectos, cumprimos a 92ª sessão das Noites com Poemas.
Como sempre, o abraço de boas vindas aos que se disponibilizaram a aceitar o convite para enriquecerem com a sua presença estes nossos encontros…
… e, desses, um especial abraço a José Colaço e com ele aos Estrelas do Guadiana com quem, em boa hora, temos vindo, uma e outra vez, a cruzar caminhos, dando corpo e voz às palavras na dolência única do cante alentejano.

Dolência que a todos embalou através da magia que nos transporta, intrépida por vezes, combativa, meiga tantas vezes, ou brejeira, de uma alegria contida a que, se me permitem a fraqueza de uma confissão, não encontro formas de resistir.

E, depois, a cadência fraternalmente abraçada, a entoar cânticos de muitas vozes unidas num só sentir… Ah, só nos faltou mesmo a paisagem alentejana em fundo. Ainda que, para quem quisesse semicerrar os olhos, nem isso lhe faltaria.

Logo a seguir, num contraste ainda assim preenchido pelas cumplicidades que a música acarreta, o violinista Luís Morais, acabadinho de chegar de Viena de Áustria, com a presença de quem já tivemos oportunidade de contar, sempre em inesqueciveis momentos, presenteou-nos com a sua mestria e virtuosismo, com trechos de música erudita.  

De personalidade simpática mas discreta, tanto quanto arrebatador é o seu desempenho, Luís Morais encheu a sala e preencheu-nos o espírito…
… escandalizando quem o ouviu pela primeira vez, por esse elementar facto, tão nosso conhecido, de não serem divulgados os grandes valores culturais do país. De facto, o desconhecimento da existência e da obra de gente portuguesa desta estirpe, só nos empobrece. E, por vezes, irremediavelmente!
Grande Luís! Por aqui, meu caro, terás sempre o tempo e o espaço que te são devidos… por nossa causa e para nosso gáudio.
Logo mais, alguns dos amigos mais fiéis e constantes, a dizerem presente, com o tal poema que nos trouxesse os diversos e desvairados modos do Natal:  
– João Baptista Coelho
– Carlos Pedro
– Tina
– Rosário Freitas
– Eduardo Martins
– Ana Freitas
Francisco José Lampreia
– Maria Maya
– José Colaço (Um abraço, grato, pela distinção…)
– Emília Azevedo
E, após outra notável audição da arte de Luís Morais, chegou a hora de anunciar encerramento da sessão, não sem que antes se cumprisse um passeio pelo bolo-rei e vinho do Porto, a compõr os corpos dos espíritos bem preenchidos.
Um passeio também por algumas originalidades editadas pela Apenas Livros e, como tantas vezes acontece nestas sessões…

… mesmo já passada a festança, permanece o convívio. Desta feita, com belas vozes na sala, rapidamente se organizou um despique de cantorias de encantar…

… e lá fomos ficando, sem vontade de terminar o que sempre começamos!

Que as nossas vozes, enfim, nunca nos doam nestes caminhos fraternos.

– Fotografias de Lourdes Calmeiro

Por fim… não comprei nada este Natal e, ainda assim, vou oferecendo sempre qualquer coisa, o que me traz invariavelmente riquezas acumuladas, que nem sei onde guardar no armário dos afectos. Felizmente, não tem portas este armário…

Votos meus, para quantos por aqui passem, de boas festas e de um ano de 2014 em que saibamos sempre de nós, quem somos e porque somos, celebrando a vida também pela voz do poeta José Gomes Ferreira ao dizer-nos que penso nos outros, logo existo.

Quanto ao mais, rabanadas, filhós e azevinho, feitas e colhido pelas nossas mãos, mais presépio menos presépio, alguns minutos dedicados a acender as nossas memórias, principalmente as que nos chegam dos lugares não preenchidos em redor das nossas mesas, com um brinde a todos… de preferência com um vinho português, pois que não há-de haver gosto como o nosso!

no 10º aniversário destes Sete Mares
Natal é o que um poema trouxer…

Pois é verdade, pela mão da uma jovem amiga, a inesquecível Thita, que considerava ser eu um sujeito que devia blogar e que me ofereceu, perto do Natal de 2003, íamos pelo seu dia 15 de Dezembro, o blog Sete Mares prontinho a usar, eu fui na conversa dela… e bloguei! Até hoje, partilhando um pouco de tudo com quem me visita no que continuo a considerar ser um enorme espaço de liberdade. Grato sempre pelas vossas visitas e nelas irremediavelmente interessado.

Um grande abraço a todos, natalício também, como é da época, com votos de um novo ano em que os nossos passos nos levem por melhores caminhos que os Passos que têm sido dados…

E, em jeito de prenda, cá fica o meu convite para a próxima Noite com Poemas:

Natal é (também) quando o poema quiser ou, até, quando um poema o disser.

Como habitualmente, na Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana (Bairro Massapés, em Tires), no dia 20 de Dezembro de 2013 (sexta-feira), pelas 21h30. 

Contaremos com o já nosso bem conhecido grupo de cante alentejano Estrelas do Guadiana, com cânticos de Natal, cheios de sotaque, afecto e intenção, para nosso encanto.

Contaremos com o violinista Luís Morais, também já nosso bem conhecido, desta feita em interpretação a solo, que no curto espaço disponível de uma sua passagem por Lisboa e de regresso a Viena, se disponibiliza, muito amavelmente, para nos trazer esta magnífica prenda natalícia.

Poemas, desta feita «apenas» terão cabimento os que nos trouxerem um qualquer Natal. Mas queremos contar com quantos amigos nos animam com a sua presença.

Depois, haverá um bolo-rei e alguma bebida cheia de espírito, a acompanhar e a conjugar-se com este convívio, contrariando o expectável frio da noite e dos dias. O abraço é garantido e complementará a nossa costumeira arte do encontro.
Nós esperamos sempre e contamos com todos, advertindo, entretanto, que a riqueza deste nosso espaço depende em absoluto do contributo de cada um. Mas isso já todos sabem…