e a Islândia aqui tão perto…

Desde que me conheço que utilizo recorrentemente, em termos de desabafo contido e a propósito de alguma coisa que, em Portugal, se me depare de violência social intransponível, a seguinte expressão: «ainda estou a tempo de emigrar para o Canadá!».

Perante algumas evidências a que vou assistindo, creio oportuno alterar essa expressão para «ainda estou a tempo de emigrar para a Islândia!».

reflexão para o dia da criança
escola privada – público esbulho


que gestores e pais sem escrúpulos se destrambelham na mobilização de crianças
para manifestações de carácter absolutamente político, falacioso e oportunista, julgo ter também o
direito de aqui lavrar alguns comentários a propósito:

Com que então, se me apetecer andar num ferrari,
o estado tem a pouca vergonha de NÃO me atribuir um subsidiozito para o efeito?
Parece impossível! Isto já não há liberdade de escolha para um cidadão, mesmo
que se vista de amarelo! Isto é, sem margem para dúvidas, um claro ataque aos meus
mais elementares direitos! E, quem sabe, aos meus esquerdos, também…
Bom,
como tem sido largamente difundido pelas televisões, é de vómito o argumentário
dos queques defensores do ensino privado às custas dos impostos de todos.
Apetece-me
sempre, nestas ocasiões, atirar-lhes para o colo com o cadáver de uma das inúmeras
crianças mortas por afogamento no Mediterrâneo, por um lado porque isto anda
tudo ligado e, por outro, apenas para apurarem qual o possível sentido da vida
e da sua concomitante relatividade.
Um
único argumento, entretanto, prevalece, subliminarmente escondido naquele
argumentário: não temos pago, não pagamos
e não queremos pagar! Mas queremos usufruir.
E insistem os gestores dessas escolas privadas e alguns dos papás dos meninos compulsivamente
de amarelo: não nos apetece, pois, abdicar do inalienável direito de acharmos
melhor que os nossos filhos usufruam de condições a que a grande parte das
demais crianças não tem acesso
– lá nos vão dizendo estas atrabiliárias
criaturas… – e estamo-nos nas tintas para isso e para vocês! Mas queremos que
nos paguem, pronto!
Assim,
sim, se vê o quão socialmente solidárias são estas bizarras criaturas. E espertas
que elas são, que ele, o chico-espertismo, pelos vistos campeia sem freios nestas
hostes.    
– Grande lata! Então, paga-a, porra!
Não queres, antes e por exemplo, ó palerma, discutir a vida dos alunos cujos pais não têm dinheiro para os alimentar e cuja única refeição é obtida na cantina da escola?

brevíssimas reflexões interrogativas…

– O ensino privado, em Portugal, quer o quê? Ser público? 
– Porque é que as comissuras dos já de si estreitos lábios de Passos Coelho lhe estão a cair mais do que o cabelo?
– Quem é o ex-primeiro ministro de Portugal que um dia foi brincar às guerras, aos Açores, e veio de lá como moço de fretes, tendo sido recompensado, concomitantemente, com um alto cargo europeu?
– Alguém viu, alguma vez e porventura, o Passos Coelho numa inauguração de qualquer coisa, enquanto primeiro ministro? Como ele diz que não, nunca fez tal coisa, então, quem já viu, que lhe atire a primeira pedra…

cada um(a) acumula o que pode…

Ora, aqui está um pensamento de fusão que me ocorreu passeando pelo facebook:
– uns(umas) acumulam cargos… 
(para o pé-de-meia)

… enquanto outros(as) coleccionam fardos
(para a meia do pé).

No caso, mulheres ambas. Só que uma de finanças, enquanto outra de andanças. 
A cada uma segundo as suas possibilidades, assim se diria se a hipocrisia 
tivesse alguma vergonha na cara…

breve reflexão de um assumido apoiante de Sampaio da Nóvoa, após o debate para as presidenciais

Não vá dar-se o caso do senhor professor Marcelo me questionar, num qualquer dia destes, acerca do que é que eu pensei no dia 07 de Janeiro de 2015 sobre ele – isto porque, presumivelmente, quase ninguém me conhece e posso querer candidatar-me à Presidência da República no futuro – , aqui fica registado que creio bem que Marcelo encontrou finalmente alguém, à altura da sua inteligência, que foi capaz de o deixar muito inquieto e tão pouco à vontade, como nunca o vi. 
E por muito que se ginastiquem os desvairados «comentadores» e «analistas políticos» da nossa praça, Sampaio da Nóvoa disse-lhe o que havia a dizer e o desconforto da careca destapada foi gritantemente patente no que a Marcelo diz respeito.