sugestão/convite

Apresentação, em Fanhões, do mais recente livro de Ernesto Matos, com co-autoria de Lonha Heilmair, uma vez mais e sempre em prol da autêntica calçada portuguesa que, não sendo (ainda?) património imaterial da Humanidade, é coisa para estar profusamente difundido mundo afora, já como património bem material da Humanidade.

E, sim, este livro conta, também, com um poema de minha autoria, alusivo ao tema e, durante a sessão de apresentação, serão ditos alguns poemas, assim como quem bate, levemente, com o martelo na pedra afeiçoada… 

convite –
apresentação do livro de Ana Patacho

Amanhã, dia 08 de Junho, pelas 18 horas, na Livraria Bulhosa, darei o meu apoio na apresentação do livro de Ana Patacho, Escrever um Conto é Acrescentar… Um Conto, com edição da Chiado Editora.

Apareçam. Como sabemos, nestas coisas, todos não somos demais e… sempre se trata da primeira obra da autora.  

Outros poemas, outras menagens,
alegremente pelas Caldas da Rainha

Antes de mais, o aquecimento, pois a prova adivinhava-se exigente. Para tanto, contou-se com um cozido à portuguesa, ali pelo restaurante O Selim, nas Caldas da Rainha, em boa companhia de comes e bebes.

As hostes encontravam-se já reforçadas por briosos mancebos vindos do norte, em romaria…

Depois, rumou-se à Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, para a programada apresentação dos meus Outros Poemas de Menagem, com distribuição livre, apenas com a sugestão de donativo voluntário em favor da Associação Humanitária dos Bombeiros de Carcavelos e São Domingos de Rana, como tem sido hábito no trajecto que este livro tem vindo a percorrer.

A sala apresentava-se confortavelmente preenchida, à nossa chegada… 

..e melhor ainda foi ficando ao longo da sessão.

Coube a Palmira Gaspar a abertura solene mas informal da sessão, proporcionando aos presentes uma visão global daquilo com que poderiam contar…

… logo depois sequenciada por Carlos Gaspar, ambos da Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha
e incansáveis organizadores deste e de tantos outros eventos; Carlos
Gaspar que nos apresentou os quatro jovens músicos do Conservatório de
Música das Caldas da Rainha
, que amavelmente se associaram a esta apresentação, inaugurando-a: 

Beatriz Morais (violino)

Ruben Tavares (acordeão)

Catarina Oliveira (violino)

Helena Caldas Lopes (piano)

Na «ordem natural das coisas», passou a palavra para a minha querida amiga e editora, Fernanda Frazão, que me proporcionou – se os demais presentes me perdoam o egoismo – uma dessassombrada quanto emocionante apreciação do meu percurso, nestas e noutras lides… que o pudor me impede de mais comentar. Apenas isto: outra vez e sempre, o meu grande abraço, Fernanda!

Logo mais, e após providenciar a distribuição do livro pela sala, coube-me a mim continuar…

… através da exposição das minhas razões – obviamente muito ponderosas – que justificaram a feitura de mais um livro de poemas – estes de bem-dizer – em percurso alongado sobre as referências muitas da minha vida, que me ajudam a ser aquilo que sou… enfim, para o melhor como para o pior, dir-se-á.

A discurseta foi sendo entremeada com a leitura de alguns poemas do livro, dando-se realce maior àqueles que, de algum modo, colhem sugestão ou referência nas Caldas da Rainha, nas muitas passagens que por lá já conto.

Foi a vez de entrarem em cena o Mário Piçarra

… e a Heloisa Monteiro, amigos e companheiros que trouxeram de si do melhor que têm para dar: algumas composições originais do Mário – algumas até com poemas meus -, além de outras das suas superiores referências musicais, belamente acompanhadas pela Heloisa, que também a solo nos proporcionou uma prazenteira viagem, preenchendo a sala de afectos.

Ia boa a tarde e a cumprir-se o dia, quando, em boa hora, desafiei os compinchas da Tuna Meliches, que se encontravam presentes e com quem desfrutei, gloriosamente, dos momentos mais galhofeiros da minha vida, a darem um ou vários arzinhos da sua graça, já que se encontravam musicalmente equipados – refira-se, a talhe de foice, que tendo eles feito a sua deslocação às Caldas da Rainha de comboio, aproveitaram (como sempre) o ensejo de dar música durante a viagem a quem com eles partilhasse a carruagem…

Os desafios multiplicaram-se…

… e a fotógrafa estava lá!

… A récita alargou-se…

… do Alentejo chegou um passarinho que cantou, assobiando, e ainda não eram as quatro da madrugada…

… e vá lá saber-se como, o coro alargou-se à plateia…

… em memorável comunhão de gritaria!

Aida Reis, enquanto responsável por aquele espaço e nossa muito amável anfitriã, encerrou a sessão…

… que estava já muito para além da sua hora de encerramento aprazada, congratulando-se com a alegria e vivacidade que todos emprestaram à festa – que o foi, na verdade e para além de outra qualquer coisa.

Finalmente,o inevitável mas devido exercício a favor da tendinite, aproveitando-se o tempo para os últimos abraços… até à próxima.
E, assim, Outros Poemas de Menagem se cumprem, dando azo a outros mais, em espiral de eterno retorno, que é, afinal, a razão de ser desta aventura.

Bem hajam e podem ir contando comigo, como eu conto convosco.


(Nota de remate, fora do contexto mas contextualizável: por pudores que assumo, não vos referirei o montante recolhido através do tal dinativo a que acima se faz referência e que os Bombeiros de Carcavelos agradecerão, mas sempre posso avançar que também ele excedeu as expectativas.Nada faltou, pois, até ao remate feliz deste evento.)

– Fotografias de Lourdes Calmeiro… além de outras três da Tuna Meliches

outros poemas de menagem
na Junta de Freguesia Carcavelos-Parede

Outros Poemas de Menagem nasceram, de parto natural e sem dor, em ambiente de afectos e convergência de sentires, em busca de alento e tentando contribuir, com tal nascimento, para que se desenvolvam outros paradigmas e enlaces, apesar do ar rarefeito em que vivemos.
Na Junta de Freguesia de Carcavelos e Parede, em 18 de Outubro de 2013, fundindo a 90ª sessão das Noites com Poemas com as Comemorações do Dia de Carcavelos, a noite foi festiva, alegre, emotiva, com alguns arrebatamentos, mesmo, e recheada de cumplicidades.

Isabel Martinho, presidente da Assembleia de Freguesia, abriu a sessão…

… logo seguida da intervenção da presidente da Junta de Freguesia, Zilda Costa da Silva, enquadrando a actividade não apenas com as comemorações do Dia da Freguesia mas, também, como exemplo do cunho cultural que tem sido e continuará a ser apanágio da acção desta instituição autárquica, no que ela representa de comunhão com a comunidade onde se integra.

Ana Paula Guimarães, a quem com toda a propriedade e muito justamente atribuo o cognome de madrinha de escrevinhações, partilhou com os presentes a sua viagem através do livro, com o poder comunicativo que tanto a caracteriza, com uma enganadora ligeireza plena de profundidade, que sempre me faz sentir melhor pessoa do que serei…

Pelo caminho, lá foi desafiando uns e outros para trazerem ao encontro o som de outras vozes, de outros enlaces, para que a diversidade funcione como elemento enriquecedor do convívio…

… como foi o caso de Lídia Fidalgo, do CRAMOL, ali «apanhada ao virar da esquina» e instada a cantar, para nosso deleite, mesmo que não quisesse…

Pela minha parte, cumpriu-me a apresentação do livro, suprindo também a ausência circunstancialmente inevitável da nossa amiga e editora, Fernanda Frazão, da Apenas Livros, irremediavelmente ocupada noutras lides, mas presente sempre… por muitas razões e mais uma. 

Como referi, então, estes Outros Poemas de Menagem estão, como se vê, repletos de gente, por dentro e por fora. Pessoas todas elas e nenhuma descartável, com quem tive ensejo, nalgum momento da minha vida, de me cruzar e que, por essa elementar ocorrência, moldaram as condições para que, também, eu fosse assim como sou.

Dir-me-ão que este é quase um lugar-comum. Será. Mas é a minha verdade.

Pessoas à maior parte das quais me ligam mais estáveis ou fugazes relações de amizade. E, por isso, eu tenho para mim que este livro é subversivo. Subversivo pelo que ele testemunha sobre este elementar e algo esquecido facto de que o homem é um animal social e que é na conjugação com os seus pares que ele cresce, melhora e se transcende.

Relembrando Manuel António Pina, assumamos, então, que «a amizade é talvez a forma mais radical de resistência».

A sala, pequena para tanta afluência, deixa-me inevitavelmente naquele limbo entre o envaidecido e orgulhoso, onde tão bem nos sabe estar. 
Convém, entretanto, destacar aqui que a Junta de Freguesia de Carcavelos-Parede fez questão de oferecer este livro, situação a que contrapus a proposta aos assistentes que, assim sendo, em troca da oferta, deixassem um donativo a uma instituição da terra, no caso a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana. 
A sugestão foi bem aceite e de resultado… simpático. Enfim, os amigos são para as ocasiões, lá se diz.
   

Coube-me, de seguida, a apresentação de quem se dispôs a acompanhar-me com outras artes, neste lançamento:

Primeiro, o grupo de jograis Oeiras Verde, que já integrei, e que nos presenteou com uma mão-cheia de poemas onde foi dado a primado a uma selecção de textos bem-humorados e que colheram forte e espontâneo aplauso da sala.

Como surpresa mais «violenta» para o público – porque aqui eu devo interpretar grande parte do poema cantando… – e com o auxílio (e perdão!) de Gedeão, relembrámos a parceria que tivemos através da Silvininha, que sempre foi prato forte deste grupo. 

Com Ana Patacho, Filomena Vale, Francisca Patrício, Ilda Ferreira, Magnólia Filipe e Luzia Pinto da Costa, só posso evocar, pois, a bem-aventurança de me encontrar, assim, entre mulheres!

De seguida, tivemos o trio La Farse Manouche – formado por Alcides Miranda (guitarra), Nuno Serra (guitarra) e Nuno Fernandes (contrabaixo), ao conhecimento do qual cheguei – e em boa hora – através do Nuno Serra e a quem ouço uma e outra vez sem me cansar de ouvir e sempre expectante quanto à próxima audição. Gipsy jazz, uma expressão musical que tem o condão de me deixar alegre, feliz e inspirado. Deles se aguarda, também, com ansiedade um cd, para conforto presente e memória futura. 

Procurem-nos no YouTubeaqui e aqui – ou no Facebook e  terão uma aproximação ao excelente momento de muito boa música que nos proporcionaram, culminando este serão que se revelou tão bem concorrido.

Um Carcavelos de honra, que caiu às mil maravilhas no goto de todos… Havendo ainda muitos para quem esta foi uma estreia no apaladar deste néctar.

É, então, em dias cinzentos e tão estranhos ao ser humano como os que vamos percorrendo, com responsabilidades partilhadas mas tão insondáveis… que talvez resida a superior arte de procurarmos dar as mãos – a que podemos chamar solidariedade, altruísmo, comunhão ou cumplicidade – e que nela resida uma porta de salvação para a Humanidade que somos.

Sei, entretanto, que é nestes caminhos da arte do encontro, de que Vinícius falava, onde mais facilmente deparo com as estradas que quero percorrer. Nos bons, nos menos bons e nos maus momentos, um amigo, a sua palavra ou a mera companhia podem gravar-nos, sem darmos sequer por isso, uma marca indelével que nos acompanhará pela vida fora.

Fotografias e vídeos de Lourdes Calmeiro

Será, desta vez, no edifício da Junta de Freguesia de Carcavelos, a título excepcional, a nossa próxima sessão das Noites com Poemas. No próximo dia 18 de Outubro (sexta-feira), a partir das 21 horas, a sessão – que se integra nas comemorações da Freguesia – constará da apresentação do meu livro de poemas intitulado Outros Poemas de Menagem, com edição da Apenas Livros.
  

Sequencia o meu anterior livro de poemas – Poemas de Menagem
– nascido em 2008, e percorre os mesmos caminhos de afectos, embora com
outros enlaces, com outras caras e, daí, com amizades diversas, pois em
cinco anos de andanças muita e desvairada coisa nos pode acontecer.
Para além do empenhado apoio da Junta de Freguesia de Carcavelos,
nas pessoas dos elementos que a integram, terei a acompanhar-me a minha madrinha de escrevinhações e amiga de sempre sem itálicos, Ana Paula Guimarães. Terei também o grupo de jograis Oeiras Verde e o trio de gipsy jazz, La Farse Manouche, para todos partilharmos alguns bons momentos.
Terei, também, comigo um belíssimo naipe de amizades díspares,
diversificadas, diversas, provenientes das quatro partidas da vida, que
sempre percorremos melhor quando acompanhados. A essas amizades é este
livro dedicado. 
Se quiseres e/ou puderes, junta-te ao grupo. O teu lugar, como se sabe, ninguém o ocupa.

– Capa e contracapa do livro, da autoria de Alexandre Castro, 
baseado em acrílico sobre tela de Jorge Castro