sugestão/convite

Apresentação, em Fanhões, do mais recente livro de Ernesto Matos, com co-autoria de Lonha Heilmair, uma vez mais e sempre em prol da autêntica calçada portuguesa que, não sendo (ainda?) património imaterial da Humanidade, é coisa para estar profusamente difundido mundo afora, já como património bem material da Humanidade.

E, sim, este livro conta, também, com um poema de minha autoria, alusivo ao tema e, durante a sessão de apresentação, serão ditos alguns poemas, assim como quem bate, levemente, com o martelo na pedra afeiçoada… 

E na Associação 25 de Abril, no passado dia 17, foi assim…

Em primeiro lugar, dando a cara por uma omissão imperdoável, referir com aplauso, amizade e carinho, o envolvimento, na organização do evento, de Rosário Rodrigues, representante da Associação 25 de Abril. Cumplicidade e empenho, ingredientes com os quais sempre tenho o prazer de saber contar, vindo que quem vêm. 

Depois, os culpados – Arthur Santos, Manuel Branco e Jorge Castro – , ainda em fase de acerto de agulhas – que nunca é aconselhável que de tal acerto provenham limitações… -, preparando o que lá viria. 

O coronel Nuno Santos Silva, assumindo-se como anfitrião e, assim, em nome da direcção da Associação 25 de Abril, na apresentação e mensagem de boas-vindas, acrescentando à sessão um especial «aperitivo» através das referências feitas ao ser e estar de que o 25 de Abril foi feito.  

Alguns aspectos da sala, participativa e interessada, onde, no entanto, não devo deixar de referir a ausência de muitos «companheiros de estrada» que se ficaram pela promessa, fácil e «barata», de comparência através dos facebooks  habituais… mas que não foram além disso.
Olha lá se no 25 de Abril de 1974 tivesse acontecido o mesmo…
Honra acrescida, entretanto, aos que compareceram, os que fazem sempre mais falta!

De seguida, com determinação, empenho e – porque não dizê-lo? – com militância pela Democracia, pela Liberdade e pela cidadania participativa, fomos desenvolvendo a nossa ronda… 

… de poemas a bem do refrescamento constante dos ideais de Abril, em três respirações distintas mas sempre convergentes e cúmplices, determinadas em atingir um objectivo assumido como comum.

Três vozes, três vivências, três criadores de poemas que partilham, entre outras, e premência de trazer a poesia à rua, como inspiração e força motriz dos mais altos voos do pensamento, esse tal que não há machado que corte…  

Também sem atropelos e, no entanto, com toda a liberdade individual assumida, fomos perpassando pelas palavras que consideramos serem precisas, imperiosas e urgentes em cada momento das nossas vidas, mas com um pendor claro para a actualidade, abrindo os tais caminhos que nos dizem ser a poesia essa arma carregada de futuro.
Foi chegado o momento de partilhar o espaço de participação com quem se afoitasse a trazer-nos um poema. E assim foi, com:

– Rosário Freitas

– Ana Freitas

– Eduardo Martins

– José David Silva

– Rosário Narciso

E assim se cumpriu esta acção… que, entretanto, teve condigno remate em convívio com pataniscas e fados, logo ali ao lado, que o retempero dos corpos deve acompanhar o dos espíritos.. 
25 de Abril, sempre! 

– Fotografias de Lourdes Calmeiro e de Rosário Narciso

CONVITE – entrada livre

A três vozes, que o Abril quer-se mais acompanhado, na sede da Associação 25 de Abril, no próximo dia 17 de Outubro (sexta-feira), lá estaremos, o Arthur Santos, o Manuel Branco e eu, Jorge Castro, dando de nós o que melhor sabemos sobre Abril, em forma de poemas. 
Desejar-se-á uma sala cheia, assim a modos que em evocação da baixa lisboeta na manhã de 25 de Abril de 1974… Contamos contigo?
Esta sessão está integrada na 18ª Festa do Chiado e faz parte da programação da 
Associação 25 de Abril  
no âmbito do 40º aniversário da Revolução de Abril.



(Cartaz da autoria de Alexandre Castro, criado a partir de fotografias inéditas de Jorge Castro)

A convite da Direcção da Associação 25 de Abril, irei realizar uma sessão de poemas – a que chamei Abril com Todos – no próximo dia 09 de Outubro (5ª feira), na sede da Associação (Rua da Misericórdia, 90, em Lisboa), sessão essa antecedida por um jantar onde a confraternização é pedra de toque e apanágio destas iniciativas.
Muito gostaria de vos ver por lá, pois, como é sabido, estas coisas sem vocês não têm graça nenhuma… Em baixo têm os contactos. Até lá, o meu abraço. 

ainda as 100 noites… com poemas

Será, se quiserem, um exercício de imodéstia que nem me importo de assumir. Mas é, muito mais, a retribuição pelo abraço que várias amizades fizeram questão em me dar, na forma de poema, durante a sessão comemorativa das 100 Noites e que aqui faço questão de dar realce.
– de MARIA DO ROSÁRIO FREITAS:
(Na 100ª sessão, um abraço com amizade – 19 de Setembro de 2014)
Noites com poemas
Noites brilhantes
Onde o calor
Irmana da amizade
Transpõe fronteiras
Envolve
Sussurra afectos
Constrói pontes
Oferece
Magia
Poética
Opera
Encanto
Música
Arte
Sabores sonhados
– de ANA FREITAS:
(para ti, Amigo, um grande abraço – 20-09-2014)
É com muita alegria e consideração que estou aqui hoje, aliás como sempre estive, mas hoje é especial, é a sessão 100.
Sou filha das Noites com Poemas, foi aqui que iniciei a minha aventura na poesia em 2009.
E isto porque encontrei um grupo de pessoas que sempre me acolheu bem e incentivou. Sempre senti uma satisfação e orgulho enormes em pertencer a este grupo. Muito obrigada a todos.
E tudo isto porque um dia conheci Jorge Castro, um poeta e dezedor fantásticos, um comunicador por excelência que me falou das suas andanças na poesia pelo simples prazer da palavra e por levar aos outros os seus ideais, sem qualquer retorno económico. Julgo que era este mundo que eu procurava, o da partilha pela partilha. E convidou-me a vir até aqui.
Grata para sempre, Jorge Castro.
E a Jorge Castro, um amigo de convicções e de luta, dedico este meu poema Abril em mãos (24-03-2014):
demos as mão por Abril
tomemos Abril nas mãos
que as mãos que fizeram Abril
têm o sabor a pão
tantas mãos hoje abertas
inertes
dolentes
onde a liberdade não mora
por onde a esperança se esvai
fechemo-las com garra
agarrando Abril
cantando um novo sol
demos as mãos por Abril
tomemos Abril nas mãos
que as mãos que fizeram Abril
têm o sabor a pão
– de FRANCISCO JOSÉ LAMPREIA:
Semearam poemas e sorrisos durante nove anos
– Os poemas não dão votos, concluíram.
Quando estas novas chegaram os poemas secaram, os sorrisos voaram
E a Terra ficou mais triste. 
– de EDUARDO MARTINS:
«Noites com Poemas», sessões cem…
E mais de cem razões para aqui estar.
Mas infelizmente, há sempre alguém,
Paa quem, melhor que resistir… é ignorar.
– de CARLOS PERES FEIO:
Amigos, afinal, 
presto-te uma homenagem
companheiros na mesma margem,
deste voz ao homem e à mulher
todos somos poucos para te agradecer 
– de DAVID SILVA:
«Quando as vozes não são ocas
e ão ardendo os mundos num grito
100 ainda são poucas
E para cada um nasce um mito»
– de LUÍS PERDIGÃO:
Mestre Jorge controla o tambor
Faz as palavras terem sabor
Quem sente aquilo que diz
vive sempre sempre mais faliz
– de ANA FREITAS:
um cento vivo de sessões
na bagagem poemas e afectos
pela partilha fomos
e o longe se fez perto
o tempo mais leve ficou
na voragem da vida que passou
Noites com Poemas
o futuro sem ti
seria o vazio que não queremos
– de LOURDES CALMEIRO:
Ao meu-senhor-de-mim
Por cumplicidade
Por afecto
Só por isso
e tudo mais
100 sorrisos
– de JOÃO BAPTISTA COELHO:
O mar da vida, um veleiro
vela panda em cada mastro.
Cem noites, e a tempo inteiro,
Dá-lhe o rumo… Jorge Castro!
Corolário deste afã de nove anos que não se esgotou, muito longe disso, nas sessões das Noites com Poemas, mas que se replicou e vai replicando em inúmeras manifestações a desvendar o «mistério de todas as coisas» – e que um poema é – estes companheiros de jornada porfiam, ainda, pelos amanhãs que cantam e por isso me são tão próximos. A cada um deles direi, então:   
dos demais não sei
que a vida nos desgasta
sei porém que tu me deste
o que te dei
e isso me basta!

O meu abraço.