Que no Portugal das tampinhas, um presidente que desfralda bandeiras ao contrário desfaleça no púlpito, em pleno discurso do dia de Portugal, e caia nos braços de um militar, poderá considerar-se premonitório?
É que ele era tanta coisa a contrariá-lo, coitado: desde logo, Portugal todo; depois, aquela malta toda aos gritos; também, a proposta do «entendimento» a martelo entre todos os partidos, que nem ao Diabo lembra e que ninguém apoia… E o senhor já tem alguma idade. Pobre do pobre! Houve um que, caído da cadeira onde tomava banhos de sol, nunca mais se levantou. O Sol é terrível nestas idades!
Tenho para mim que, de facto, há uma idade em que todos nós devemos pensar em repousar de uma vida de canseiras. Só não percebo porque é que esta lógica parece não funcionar apenas para os «senhores do poder», que parecem poder exercê-lo até à baba, à tremedeira descontrolada, à incontinência física e verbal, à demência galopante. Mais outras malhas que o império tece. E o nosso pequeno império é tão pródigo nestes matusaléns eternizados no poder activo… ainda que, aqui, o conceito peque por demasiado optimista.
E, note-se, que falo do «poder activo» e não da muito importante opinião de senador, maturada por experiência vivida, que essa é muitíssimo respeitável e deve sempre ser escutada. Que todos lá vamos chegando…
Não deixa, assim, de ser curioso vermos que um regime que tanto maltrata, menospreza e desmerece os seus séniores, nos proponha, como figura cimeira do estado, um rapazola com mais de setenta anos, que se aguenta mal na tripeça. É, em boa verdade, uma inaudita violência por parte dos seus pares!
… É que nem me ocorre nada de mais emocionante para comentar sobre a ocorrência. Ó apagada e vil tristeza!
Olá…
Transcrevo, abaixo, o mesmo texto que deixei no persuacção, aproveitando para convidá-lo a deixar um comentário em meu blog. Prazer imenso ter você por lá.
"E a História nos relembra casos semelhantes – por estas plagas também temos personagens assim: o osso já está sem gosto, mas não largam. O de Cuba caiu, tropeçou…resistiu o quanto pôde. Saiu da frente das "câmeras", digo, do poder, do mando, mas continua na coxia, dizendo como deve ser. Tal qual o outro, da Venezuela: morrem no poder e pelo poder. Que triste embate com a própria vida!
Seria heroico se fosse na luta pelos menos favorecidos, ou por uma igualdade não corrompida".
E eu cá deixo o que lá deixei:
Desses, Chama a Mamãe, dos que lutam até ao fim pelas grandes causas, com a força do pensamento lúcido e experiente, sempre rezará a História.
Dos outros tristes trastes, que só se mantêm na cadeira do poder para fazer fretes, para aumentar seus cabedais ou por mera mumificação, sá a lixeira lhes resta… e duvido que tenham qualquer hipótese de reciclagem, para uma esfregona que seja.