De vez em quando confesso, aqui, a minha abissal ignorância em matérias nas quais a minha ignorância é, de facto, abissal, como seja a Economia… e outras.
Na verdade, em relação a concidadãos que dizem tantas e tão assertivas coisas a propósito do isto e aquilo económico e perante a minha perplexidade quanto à muito relativa e duvidosa aproximação à realidade que eu verifico no dia a dia, só posso convencer-me de que não percebo, de facto nada da coisa económica.
Na Educação anda a acontecer-me o mesmo. Vejam lá: ainda ontem assisti, com pasmo próximo do estupor, ao elenco do Ministério da Educação afirmar que os maus resultados verificados nos exames se prendiam com a sinistra divulgação – vá lá apurar-se por que forças obscuras – do despautério de que «este ano» aquilo ia ser fácil, porque estamos em ano de eleições. A maltinha supostamente estudante, ouvindo tal, logo se deixou influenciar e deixou de marrar para os exames, ora pois. E lá foram os maus resultados dos exames estragar vaidades em Bruxelas.
Permitam-me que coloque, aqui, um graaaaaande ponto de exclamação: ei-lo !
Então, mas a maltinha estudante não anda na escola para aprender em cada dia que passa? Ah, é só marrar para os exames? Isso também eu fazia nos tempos da outra senhora…! O ensino era uma treta, os métodos pedagógicos uma tristeza, etc., etc. Afinal, aqui, em termos de superestrutura nada parece ter mudado, o que é patenteado pelas próprias cabecinhas pensadoras do Ministério.
Ou, então, sou eu que, q.e.d., manifestamente não percebo nada disto…