A serem verdadeiras as notícias hoje divulgadas, invocando o aqui-d’elrei do défice, que é a modos que uma demagógica alavanca com que os nossos devassos políticos brincam ao jogo do esconde-esconde com o-bom-povo-português, o seráfico Bagão, imbuído do mais elevado espírito de “paz-na-Terra-aos-palermas-de-boa-vontade”, propõe-se adiar o pagamento de subsídios de desemprego e subsídios por doença (baixa), o que lhe permitirá cozinhar mais uns 40 milhõezitos de euros no encerramento das contas de 2004.
Nada de muito grave, dir-se-á, já que as famílias e os amigos, com aquele espírito solidário conhecido, ajudarão a aguentar o barco, como aliás já estão habituados, até chegar o cacau aos desgraçados que se esqueceram de manter a saúde e aos outros que se esqueceram de manter os empregos.
Não lhe chegam os anéis. O homem já está a vender os dedos… dos outros, claro.
Não haverá, por outro lado, um realíssimo membro da pandilha agarrada à teta governamental que se disponha a adiar os seus chorudos e não justificados proventos com o mesmo beatífico propósito. Não, eles não, coitados! Nem ao mestre católico-apostólico-romano Bagão terá passado tal peregrina ideia pelo bestunto, que a estes há que manter a “dignidade da função”!
E assim se encerra um ano, neste lindo Portugal. Em 1755, houve um terramoto de efeitos catastróficos. Duzentos e cinquenta anos depois basta um governo demissionário “ma non troppo” para promover uma onda de choque tão devastadora quanto aquela, mas que atinge todo o território… São as maravilhas das novas tecnologias adaptadas à realidade lusitana.
Não se pode exterminá-los?…